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sábado, 14 de dezembro de 2013

SALMO 9 Ação de graças por um grande livramento

1  EU te louvarei, SENHOR, com todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas.
2  Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo.
3  Porquanto os meus inimigos retornaram, caíram e pereceram diante da tua face.
4  Pois tu tens sustentado o meu direito e a minha causa; tu te assentaste no tribunal, julgando justamente;
5  Repreendeste as nações, destruíste os ímpios; apagaste o seu nome para sempre e eternamente.
6  Oh! inimigo! acabaram-se para sempre as assolações; e tu arrasaste as cidades, e a sua memória pereceu com elas.
7  Mas o SENHOR está assentado perpetuamente; já preparou o seu tribunal para julgar.
8  Ele mesmo julgará o mundo com justiça; exercerá juízo sobre povos com retidão.
9  O SENHOR será também um alto refúgio para o oprimido; um alto refúgio em tempos de angústia.
10  Em ti confiarão os que conhecem o teu nome; porque tu, SENHOR, nunca desamparaste os que te buscam.
11  Cantai louvores ao SENHOR, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus feitos.12  Pois quando inquire do derramamento de sangue, lembra-se deles: não se esquece do clamor dos aflitos.
13  Tem misericórdia de mim, SENHOR, olha para a minha aflição, causada por aqueles que me odeiam; tu que me levantas das portas da morte;
14  Para que eu conte todos os teus louvores nas portas da filha de Sião, e me alegre na tua salvação.
15  Os gentios enterraram-se na cova que fizeram; na rede que ocultaram ficou preso o seu pé.
16  O SENHOR é conhecido pelo juízo que fez; enlaçado foi o ímpio nas obras de suas mãos. (Higaiom; Selá.)
17  Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus.
18  Porque o necessitado não será esquecido para sempre, nem a expectação dos pobres perecerá perpetuamente.
19  Levanta-te, SENHOR; não prevaleça o homem; sejam julgados os gentios diante da tua face.
20  Põe-os em medo, SENHOR, para que saibam as nações que são formadas por meros homens. (Selá.)

JÓ 38 Deus responde a Jó e mostra-lhe sua grandeza e sabedoria

1  DEPOIS disto o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho, dizendo:
2  Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?
3  Agora cinge os teus lombos, como homem; e perguntar-te-ei, e tu me ensinarás.
4  Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência.
5  Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel?
6  Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina,
7  Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam?
8  Ou quem encerrou o mar com portas, quando este rompeu e saiu da madre;9  Quando eu pus as nuvens por sua vestidura, e a escuridão por faixa?
10  Quando eu lhe tracei limites, e lhe pus portas e ferrolhos,
11  E disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se parará o orgulho das tuas ondas?
12  Ou desde os teus dias deste ordem à madrugada, ou mostraste à alva o seu lugar;
13  Para que pegasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem sacudidos dela;
14  E se transformasse como o barro sob o selo, e se pusessem como vestidos;
15  E dos ímpios se desvie a sua luz, e o braço altivo se quebrante;
16  Ou entraste tu até às origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo?
17  Ou descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte?
18  Ou com o teu entendimento chegaste às larguras da terra? Faze-mo saber, se sabes tudo isto.
19  Onde está o caminho onde mora a luz? E, quanto às trevas, onde está o seu lugar;20  Para que as tragas aos seus limites, e para que saibas as veredas da sua casa?
21  De certo tu o sabes, porque já então eras nascido, e por ser grande o número dos teus dias!
22  Ou entraste tu até aos tesouros da neve, e viste os tesouros da saraiva,
23  Que eu retenho até ao tempo da angústia, até ao dia da peleja e da guerra?
24  Onde está o caminho em que se reparte a luz, e se espalha o vento oriental sobre a terra?
25  Quem abriu para a inundação um leito, e um caminho para os relâmpagos dos trovões,
26  Para chover sobre a terra, onde não há ninguém, e no deserto, em que não há homem;
27  Para fartar a terra deserta e assolada, e para fazer crescer os renovos da erva?
28  A chuva porventura tem pai? Ou quem gerou as gotas do orvalho?
29  De que ventre procedeu o gelo? E quem gerou a geada do céu?
30  Como debaixo de pedra as águas se endurecem, e a superfície do abismo se congela.31  Ou poderás tu ajuntar as delícias do Sete-estrelo ou soltar os cordéis do Órion?
32  Ou produzir as constelações a seu tempo, e guiar a Ursa com seus filhos?
33  Sabes tu as ordenanças dos céus, ou podes estabelecer o domínio deles sobre a terra?
34  Ou podes levantar a tua voz até às nuvens, para que a abundância das águas te cubra?
35  Ou mandarás aos raios para que saiam, e te digam: Eis-nos aqui?
36  Quem pôs a sabedoria no íntimo, ou quem deu à mente o entendimento?
37  Quem numerará as nuvens com sabedoria? Ou os odres dos céus, quem os esvaziará,
38  Quando se funde o pó numa massa, e se apegam os torrões uns aos outros?
39  Porventura caçarás tu presa para a leoa, ou saciarás a fome dos filhos dos leões,
40  Quando se agacham nos covis, e estão à espreita nas covas?
41  Quem prepara aos corvos o seu alimento, quando os seus filhotes gritam a Deus e andam vagueando, por não terem o que comer?

JÓ 28 O homem tem ciência das coisas da terra, mas a sabedoria é dom de Deus

1  NA verdade, há veios de onde se extrai a prata, e lugar onde se refina o ouro.
2  O ferro tira-se da terra, e da pedra se funde o cobre.
3  Ele põe fim às trevas, e toda a extremidade ele esquadrinha, a pedra da escuridão e a da sombra da morte.
4  Abre um poço de mina longe dos homens, em lugares esquecidos do pé; ficando pendentes longe dos homens, oscilam de um lado para outro.
5  Da terra procede o pão, mas por baixo é revolvida como por fogo.
6  As suas pedras são o lugar da safira, e tem pó de ouro.
7  Essa vereda a ave de rapina a ignora, e não a viram os olhos da gralha.
8  Nunca a pisaram filhos de animais altivos, nem o feroz leão passou por ela.
9  Ele estende a sua mão contra o rochedo, e revolve os montes desde as suas raízes.
10  Dos rochedos faz sair rios, e o seu olho vê tudo o que há de precioso.
11  Os rios tapa, e nem uma gota sai deles, e tira à luz o que estava escondido.12  Porém onde se achará a sabedoria, e onde está o lugar da inteligência?
13  O homem não conhece o seu valor, e nem ela se acha na terra dos viventes.
14  O abismo diz: Não está em mim; e o mar diz: Ela não está comigo.
15  Não se dará por ela ouro fino, nem se pesará prata em troca dela.
16  Nem se pode comprar por ouro fino de Ofir, nem pelo precioso ônix, nem pela safira.
17  Com ela não se pode comparar o ouro nem o cristal; nem se trocará por jóia de ouro fino.
18  Não se fará menção de coral nem de pérolas; porque o valor da sabedoria é melhor que o dos rubis.
19  Não se lhe igualará o topázio da Etiópia, nem se pode avaliar por ouro puro.
20  Donde, pois, vem a sabedoria, e onde está o lugar da inteligência?
21  Pois está encoberta aos olhos de todo o vivente, e oculta às aves do céu.
22  A perdição e a morte dizem: Ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama.23  Deus entende o seu caminho, e ele sabe o seu lugar.
24  Porque ele vê as extremidades da terra; e vê tudo o que há debaixo dos céus.
25  Quando deu peso ao vento, e tomou a medida das águas;
26  Quando prescreveu leis para a chuva e caminho para o relâmpago dos trovões;
27  Então a viu e relatou; estabeleceu-a, e também a esquadrinhou.
28  E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência.

JÓ 13 Jó confia em Deus e deseja conhecer os seus pecados

14  Por que razão tomarei eu a minha carne com os meus dentes, e porei a minha vida na minha mão?
15  Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo os meus caminhos defenderei diante dele.
16  Também ele será a minha salvação; porém o hipócrita não virá perante ele.
17  Ouvi com atenção as minhas palavras, e com os vossos ouvidos a minha declaração.
18  Eis que já tenho ordenado a minha causa, e sei que serei achado justo.
19  Quem é o que contenderá comigo? Se eu agora me calasse, renderia o espírito.
20  Duas coisas somente não faças para comigo; então não me esconderei do teu rosto:
21  Desvia a tua mão para longe, de mim, e não me espante o teu terror.22  Chama, pois, e eu responderei; ou eu falarei, e tu me responderás.
23  Quantas culpas e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado.
24  Por que escondes o teu rosto, e me tens por teu inimigo?
25  Porventura acossarás uma folha arrebatada pelo vento? E perseguirás o restolho seco?
26  Por que escreves contra mim coisas amargas e me fazes herdar as culpas da minha mocidade?
27  Também pões os meus pés no tronco, e observas todos os meus caminhos, e marcas os sinais dos meus pés.
28  E ele me consome como a podridão, e como a roupa, à qual rói a traça.

JÓ 9 Jó confessa a justiça de Deus e pede alívio para a sua miséria

1  ENTÃO Jó respondeu, dizendo:
2  Na verdade sei que assim é; porque, como se justificaria o homem para com Deus?3  Se quiser contender com ele, nem a uma de mil coisas lhe poderá responder.
4  Ele é sábio de coração, e forte em poder; quem se endureceu contra ele, e teve paz?
5  Ele é o que remove os montes, sem que o saibam, e o que os transtorna no seu furor.
6  O que sacode a terra do seu lugar, e as suas colunas estremecem.
7  O que fala ao sol, e ele não nasce, e sela as estrelas.
8  O que sozinho estende os céus, e anda sobre os altos do mar.
9  O que fez a Ursa, o Órion, e o Sete-estrelo, e as recâmaras do sul.
10  O que faz coisas grandes e inescrutáveis; e maravilhas sem número.
11  Eis que ele passa por diante de mim, e não o vejo; e torna a passar perante mim, e não o sinto.
12  Eis que arrebata a presa; quem lha fará restituir? Quem lhe dirá: Que é o que fazes?
13  Deus não revogará a sua ira; debaixo dele se encurvam os auxiliadores soberbos.14  Quanto menos lhe responderia eu, ou escolheria diante dele as minhas palavras!
15  Porque, ainda que eu fosse justo, não lhe responderia; antes ao meu Juiz pediria misericórdia.
16  Ainda que chamasse, e ele me respondesse, nem por isso creria que desse ouvidos à minha voz.
17  Porque me quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas sem causa.
18  Não me permite respirar, antes me farta de amarguras.
19  Quanto às forças, eis que ele é o forte; e, quanto ao juízo, quem me citará com ele?
20  Se eu me justificar, a minha boca me condenará; se for perfeito, então ela me declarará perverso.
21  Se for perfeito, não estimo a minha alma; desprezo a minha vida.
22  A coisa é esta; por isso eu digo que ele consome ao perfeito e ao ímpio.
23  Quando o açoite mata de repente, então ele zomba da prova dos inocentes.
24  A terra é entregue nas mãos do ímpio; ele cobre o rosto dos juízes; se não é ele, quem é, logo?25  E os meus dias são mais velozes do que um correio; fugiram, e não viram o bem.
26  Passam como navios veleiros; como águia que se lança à comida.
27  Se eu disser: Eu me esquecerei da minha queixa, e mudarei o meu aspecto e tomarei alento,
28  Receio todas as minhas dores, porque bem sei que não me terás por inocente.
29  E, sendo eu ímpio, por que trabalharei em vão?
30  Ainda que me lave com água de neve, e purifique as minhas mãos com sabão,
31  Ainda me submergirás no fosso, e as minhas próprias vestes me abominarão.
32  Porque ele não é homem, como eu, a quem eu responda, vindo juntamente a juízo.
33  Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos.
34  Tire ele a sua vara de cima de mim, e não me amedronte o seu terror.
35  Então falarei, e não o temerei; porque não sou assim em mim mesmo.

JÓ 2 A adversidade e cruel aflição de Jó

1  E, VINDO outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles, apresentar-se perante o SENHOR.
2  Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela.
3  E disse o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa.
4  Então Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.
5  Porém estende a tua mão, e toca-lhe nos ossos, e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face!
6  E disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está na tua mão; porém guarda a sua vida.
7  Então saiu Satanás da presença do SENHOR, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça.
8  E Jó tomou um caco para se raspar com ele; e estava assentado no meio da cinza.9  Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.
10  Porém ele lhe disse: Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.
11  Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que tinha vindo sobre ele, vieram cada um do seu lugar: Elifaz o temanita, e Bildade o suíta, e Zofar o naamatita; e combinaram condoer-se dele, para o consolarem.
12  E, levantando de longe os seus olhos, não o conheceram; e levantaram a sua voz e choraram, e rasgaram cada um o seu manto, e sobre as suas cabeças lançaram pó ao ar.
13  E assentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dor era muito grande.

JÓ 1 A virtude, tentação e perdas de Jó

1  HAVIA um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.
2  E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
3  E o seu gado era de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; eram também muitíssimos os servos a seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do oriente.
4  E iam seus filhos à casa uns dos outros e faziam banquetes cada um por sua vez; e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles.
5  Sucedia, pois, que, decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Talvez pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente.
6  E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles.
7  Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela.
8  E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal.9  Então respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: Porventura teme Jó a Deus debalde?
10  Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra.
11  Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face.
12  E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR.
13  E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam, e bebiam vinho, na casa de seu irmão primogênito,
14  Que veio um mensageiro a Jó, e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pastavam junto a eles;
15  E deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova.
16  Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu, e só eu escapei para trazer-te a nova.
17  Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Ordenando os caldeus três tropas, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova.
18  Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,
19  Eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, que caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova.20  Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou.
21  E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR.
22  Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

ESTER 1 Assuero casa com Ester

1  PASSADAS estas coisas, e apaziguado já o furor do rei Assuero, lembrou-se de Vasti, e do que fizera, e do que se tinha decretado a seu respeito.
2  Então disseram os servos do rei, que lhe serviam: Busquem-se para o rei moças virgens e formosas.
3  E ponha o rei oficiais em todas as províncias do seu reino, que ajuntem a todas as moças virgens e formosas, na fortaleza de Susã, na casa das mulheres, aos cuidados de Hegai, camareiro do rei, guarda das mulheres, e dêem-se-lhes os seus enfeites.
4  E a moça que parecer bem aos olhos do rei, reine em lugar de Vasti. E isto pareceu bem aos olhos do rei, e ele assim fez.
5  Havia então um homem judeu na fortaleza de Susã, cujo nome era Mardoqueu, filho de Jair, filho de Simei, filho de Quis, homem benjamita,
6  Que fora transportado de Jerusalém, com os cativos que foram levados com Jeconias, rei de Judá, o qual transportara Nabucodonosor, rei de Babilônia.
7  Este criara a Hadassa (que é Ester, filha de seu tio), porque não tinha pai nem mãe; e era jovem bela de presença e formosa; e, morrendo seu pai e sua mãe, Mardoqueu a tomara por sua filha.
8  Sucedeu que, divulgando-se o mandado do rei e a sua lei, e ajuntando-se muitas moças na fortaleza de Susã, aos cuidados de Hegai, também levaram Ester à casa do rei, sob a custódia de Hegai, guarda das mulheres.
9  E a moça pareceu formosa aos seus olhos, e alcançou graça perante ele; por isso se apressou a dar-lhe os seus enfeites, e os seus quinhões, como também em lhe dar sete moças de respeito da casa do rei; e a fez passar com as suas moças ao melhor lugar da casa das mulheres.
10  Ester, porém, não declarou o seu povo e a sua parentela, porque Mardoqueu lhe tinha ordenado que o não declarasse.11  E passeava Mardoqueu cada dia diante do pátio da casa das mulheres, para se informar de como Ester passava, e do que lhe sucederia.
12  E, chegando a vez de cada moça, para vir ao rei Assuero, depois que fora feito a ela segundo a lei das mulheres, por doze meses (porque assim se cumpriam os dias das suas purificações, seis meses com óleo de mirra, e seis meses com especiarias, e com as coisas para a purificação das mulheres),
13  Desta maneira, pois, vinha a moça ao rei; dava-se-lhe tudo quanto ela desejava, para levar consigo da casa das mulheres à casa do rei;
14  À tarde entrava, e pela manhã tornava à segunda casa das mulheres, sob os cuidados de Saasgaz, camareiro do rei, guarda das concubinas; não tornava mais ao rei, salvo se o rei a desejasse, e fosse chamada pelo nome.
15  Chegando, pois, a vez de Ester, filha de Abiail, tio de Mardoqueu (que a tomara por sua filha), para ir ao rei, coisa nenhuma pediu, senão o que disse Hegai, camareiro do rei, guarda das mulheres; e alcançava Ester graça aos olhos de todos quantos a viam.
16  Assim foi levada Ester ao rei Assuero, à sua casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado.
17  E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça, e a fez rainha em lugar de Vasti.
18  Então o rei deu um grande banquete a todos os seus príncipes e aos seus servos; era o banquete de Ester; e deu alívio às províncias, e fez presentes segundo a generosidade do rei.
19  E reunindo-se segunda vez as virgens, Mardoqueu estava assentado à porta do rei.
20  Ester, porém, não declarava a sua parentela e o seu povo, como Mardoqueu lhe ordenara; porque Ester cumpria o mandado de Mardoqueu, como quando a criara.

NEEMIAS 9 oração e confissão

 Levantai-vos, bendizei ao SENHOR vosso Deus de eternidade em eternidade; e bendigam o teu glorioso nome, que está exaltado sobre toda a bênção e louvor.6  Só tu és SENHOR; tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há, e tu os guardas com vida a todos; e o exército dos céus te adora.
7  Tu és o SENHOR, o Deus, que elegeste a Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão.
8  E achaste o seu coração fiel perante ti, e fizeste com ele a aliança, de que darias à sua descendência a terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos perizeus, dos jebuseus e dos girgaseus; e confirmaste as tuas palavras, porquanto és justo.
9  E viste a aflição de nossos pais no Egito, e ouviste o seu clamor junto ao Mar Vermelho.
10  E mostraste sinais e prodígios a Faraó, e a todos os seus servos, e a todo o povo da sua terra, porque soubeste que soberbamente os trataram; e assim adquiriste para ti nome, como hoje se vê.
11  E o mar fendeste perante eles, e passaram pelo meio do mar, em seco; e lançaste os seus perseguidores nas profundezas, como uma pedra nas águas violentas.
12  E guiaste-os de dia por uma coluna de nuvem, e de noite por uma coluna de fogo, para lhes iluminar o caminho por onde haviam de ir.
13  E sobre o monte Sinai desceste, e dos céus falaste com eles, e deste-lhes juízos retos e leis verdadeiras, estatutos e mandamentos bons.
14  E o teu santo sábado lhes fizeste conhecer; e preceitos, estatutos e lei lhes mandaste pelo ministério de Moisés, teu servo.15  E pão dos céus lhes deste na sua fome, e água da penha lhes produziste na sua sede; e lhes disseste que entrassem para possuírem a terra pela qual alçaste a tua mão, que lhes havias de dar.
16  Porém eles e nossos pais se houveram soberbamente, e endureceram a sua cerviz, e não deram ouvidos aos teus mandamentos.
17  E recusaram ouvir-te, e não se lembraram das tuas maravilhas, que lhes fizeste, e endureceram a sua cerviz e, na sua rebelião, levantaram um capitão, a fim de voltarem para a sua servidão; porém tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te, e grande em beneficência, tu não os desamparaste.
18  Ainda mesmo quando eles fizeram para si um bezerro de fundição, e disseram: Este é o teu Deus, que te tirou do Egito; e cometeram grandes blasfêmias;
19  Todavia tu, pela multidão das tuas misericórdias, não os deixaste no deserto. A coluna de nuvem nunca se apartou deles de dia, para os guiar pelo caminho, nem a coluna de fogo de noite, para lhes iluminar; e isto pelo caminho por onde haviam de ir.
20  E deste o teu bom espírito, para os ensinar; e o teu maná não retiraste da sua boca; e água lhes deste na sua sede.
21  De tal modo os sustentaste quarenta anos no deserto; nada lhes faltou; as suas roupas não se envelheceram, e os seus pés não se incharam.
22  Também lhes deste reinos e povos, e os repartiste em porções; e eles possuíram a terra de Siom, a saber, a terra do rei de Hesbom, e a terra de Ogue, rei de Basã.
23  E multiplicaste os seus filhos como as estrelas do céu, e trouxeste-os à terra de que tinhas falado a seus pais que nela entrariam para a possuírem.
24  Assim os filhos entraram e possuíram aquela terra; e abateste perante eles os moradores da terra, os cananeus, e lhos entregaste na mão, como também os reis e os povos da terra, para fazerem deles conforme a sua vontade.
25  E tomaram cidades fortificadas e terra fértil, e possuíram casas cheias de toda a fartura, cisternas cavadas, vinhas e olivais, e árvores frutíferas, em abundância; e comeram e se fartaram e engordaram e viveram em delícias, pela tua grande bondade.26  Porém se obstinaram, e se rebelaram contra ti, e lançaram a tua lei para trás das suas costas, e mataram os teus profetas, que protestavam contra eles, para que voltassem para ti; assim fizeram grandes abominações.
27  Por isso os entregaste na mão dos seus adversários, que os angustiaram; mas no tempo de sua angústia, clamando a ti, desde os céus tu ouviste; e segundo a tua grande misericórdia lhes deste libertadores que os libertaram da mão de seus adversários.
28  Porém, em tendo repouso, tornavam a fazer o mal diante de ti; e tu os deixavas na mão dos seus inimigos, para que dominassem sobre eles; e convertendo-se eles, e clamando a ti, tu os ouviste desde os céus, e segundo a tua misericórdia os livraste muitas vezes.
29  E testificaste contra eles, para que voltassem para a tua lei; porém eles se houveram soberbamente, e não deram ouvidos aos teus mandamentos, mas pecaram contra os teus juízos, pelos quais o homem que os cumprir viverá; viraram o ombro, endureceram a sua cerviz, e não quiseram ouvir.
30  Porém estendeste a tua benignidade sobre eles por muitos anos, e testificaste contra eles pelo teu Espírito, pelo ministério dos teus profetas; porém eles não deram ouvidos; por isso os entregaste nas mãos dos povos das terras.
31  Mas pela tua grande misericórdia os não destruíste nem desamparaste, porque és um Deus clemente e misericordioso.
32  Agora, pois, nosso Deus, o grande, poderoso e terrível Deus, que guardas a aliança e a beneficência, não tenhas em pouca conta toda a aflição que nos alcançou a nós, aos nossos reis, aos nossos príncipes, aos nossos sacerdotes, aos nossos profetas, aos nossos pais e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até ao dia de hoje.
33  Porém tu és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; porque tu tens agido fielmente, e nós temos agido impiamente.
34  E os nossos reis, os nossos príncipes, os nossos sacerdotes, e os nossos pais não guardaram a tua lei, e não deram ouvidos aos teus mandamentos e aos teus testemunhos, que testificaste contra eles.
35  Porque eles nem no seu reino, nem na muita abundância de bens que lhes deste, nem na terra espaçosa e fértil que puseste diante deles, te serviram, nem se converteram de suas más obras.
36  Eis que hoje somos servos; e até na terra que deste a nossos pais, para comerem o seu fruto e o seu bem, eis que somos servos nela.37  E ela multiplica os seus produtos para os reis, que puseste sobre nós, por causa dos nossos pecados; e conforme a sua vontade dominam sobre os nossos corpos e sobre o nosso gado; e estamos numa grande angústia.
38  E, todavia fizemos uma firme aliança, e o escrevemos; e selaram-no os nossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes.

NEEMIAS 1 Neemias, sabendo o triste estado de Jerusalém, ora a Deus

1  AS palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de Quislev, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza,
2  Que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam, e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém.
3  E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo.
4  E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.
5  E disse: Ah! SENHOR Deus dos céus, Deus grande e terrível! Que guarda a aliança e a benignidade para com aqueles que o amam e guardam os seus mandamentos;
6  Estejam, pois, atentos os teus ouvidos e os teus olhos abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado.
7  De todo nos corrompemos contra ti, e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos, que ordenaste a Moisés, teu servo.
8  Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos.
9  E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os cumprireis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam na extremidade do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome.10  Eles são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força e com a tua forte mão.
11  Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo, e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem