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domingo, 15 de dezembro de 2013

PROVÉRBIOS 3 Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum dos seus caminhos.

1  FILHO meu, não te esqueças da minha lei, e o teu coração guarde os meus mandamentos.
2  Porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz.
3  Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração.
4  E acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e do homem.
5  Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento.
6  Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.
7  Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal.
8  Isto será saúde para o teu âmago, e medula para os teus ossos.9  Honra ao SENHOR com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos;
10  E se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.
11  Filho meu, não rejeites a correção do SENHOR, nem te enojes da sua repreensão.
12  Porque o SENHOR repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.
13  Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento;
14  Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro mais fino.
15  Mais preciosa é do que os rubis, e tudo o que mais possas desejar não se pode comparar a ela.
16  Vida longa de dias está na sua mão direita; e na esquerda, riquezas e honra.
17  Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas de paz.
18  É árvore de vida para os que dela tomam, e são bem-aventurados todos os que a retêm.
19  O SENHOR, com sabedoria fundou a terra; com entendimento preparou os céus.20  Pelo seu conhecimento se fenderam os abismos, e as nuvens destilam o orvalho.
21  Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos: guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso;
22  Porque serão vida para a tua alma, e adorno ao teu pescoço.
23  Então andarás confiante pelo teu caminho, e o teu pé não tropeçará.
24  Quando te deitares, não temerás; ao contrário, o teu sono será suave ao te deitares.
25  Não temas o pavor repentino, nem a investida dos perversos quando vier.
26  Porque o SENHOR será a tua esperança; guardará os teus pés de serem capturados.
27  Não deixes de fazer bem a quem o merece, estando em tuas mãos a capacidade de fazê-lo.
28  Não digas ao teu próximo: Vai, e volta amanhã que to darei, se já o tens contigo.
29  Não maquines o mal contra o teu próximo, pois que habita contigo confiadamente.
30  Não contendas com alguém sem causa, se não te fez nenhum mal.31  Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum dos seus caminhos.
32  Porque o perverso é abominável ao SENHOR, mas com os sinceros ele tem intimidade.
33  A maldição do SENHOR habita na casa do ímpio, mas a habitação dos justos abençoará.
34  Certamente ele escarnecerá dos escarnecedores, mas dará graça aos mansos.
35  Os sábios herdarão honra, mas os loucos tomam sobre si vergonha.

PROVÉRBIOS 2 A excelência da Sabedoria

1  FILHO meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos,
2  Para fazeres o teu ouvido atento à sabedoria; e inclinares o teu coração ao entendimento;
3  Se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz,
4  Se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares,
5  Então entenderás o temor do SENHOR, e acharás o conhecimento de Deus.
6  Porque o SENHOR dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento.
7  Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade,
8  Para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos seus santos.9  Então entenderás a justiça, o juízo, a eqüidade e todas as boas veredas.
10  Pois quando a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento for agradável à tua alma,
11  O bom siso te guardará e a inteligência te conservará;
12  Para te afastar do mau caminho, e do homem que fala coisas perversas;
13  Dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos escusos;
14  Que se alegram de fazer mal, e folgam com as perversidades dos maus,
15  Cujas veredas são tortuosas e que se desviam nos seus caminhos;
16  Para te afastar da mulher estranha, sim da estranha que lisonjeia com suas palavras;
17  Que deixa o guia da sua mocidade e se esquece da aliança do seu Deus;
18  Porque a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas para os mortos.
19  Todos os que se dirigem a ela não voltarão e não atinarão com as veredas da vida.20  Para andares pelos caminhos dos bons, e te conservares nas veredas dos justos.
21  Porque os retos habitarão a terra, e os íntegros permanecerão nela.
22  Mas os ímpios serão arrancados da terra, e os aleivosos serão dela exterminados.

sábado, 14 de dezembro de 2013

SALMO 9 Ação de graças por um grande livramento

1  EU te louvarei, SENHOR, com todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas.
2  Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo.
3  Porquanto os meus inimigos retornaram, caíram e pereceram diante da tua face.
4  Pois tu tens sustentado o meu direito e a minha causa; tu te assentaste no tribunal, julgando justamente;
5  Repreendeste as nações, destruíste os ímpios; apagaste o seu nome para sempre e eternamente.
6  Oh! inimigo! acabaram-se para sempre as assolações; e tu arrasaste as cidades, e a sua memória pereceu com elas.
7  Mas o SENHOR está assentado perpetuamente; já preparou o seu tribunal para julgar.
8  Ele mesmo julgará o mundo com justiça; exercerá juízo sobre povos com retidão.
9  O SENHOR será também um alto refúgio para o oprimido; um alto refúgio em tempos de angústia.
10  Em ti confiarão os que conhecem o teu nome; porque tu, SENHOR, nunca desamparaste os que te buscam.
11  Cantai louvores ao SENHOR, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus feitos.12  Pois quando inquire do derramamento de sangue, lembra-se deles: não se esquece do clamor dos aflitos.
13  Tem misericórdia de mim, SENHOR, olha para a minha aflição, causada por aqueles que me odeiam; tu que me levantas das portas da morte;
14  Para que eu conte todos os teus louvores nas portas da filha de Sião, e me alegre na tua salvação.
15  Os gentios enterraram-se na cova que fizeram; na rede que ocultaram ficou preso o seu pé.
16  O SENHOR é conhecido pelo juízo que fez; enlaçado foi o ímpio nas obras de suas mãos. (Higaiom; Selá.)
17  Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus.
18  Porque o necessitado não será esquecido para sempre, nem a expectação dos pobres perecerá perpetuamente.
19  Levanta-te, SENHOR; não prevaleça o homem; sejam julgados os gentios diante da tua face.
20  Põe-os em medo, SENHOR, para que saibam as nações que são formadas por meros homens. (Selá.)

JÓ 38 Deus responde a Jó e mostra-lhe sua grandeza e sabedoria

1  DEPOIS disto o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho, dizendo:
2  Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?
3  Agora cinge os teus lombos, como homem; e perguntar-te-ei, e tu me ensinarás.
4  Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência.
5  Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel?
6  Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina,
7  Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam?
8  Ou quem encerrou o mar com portas, quando este rompeu e saiu da madre;9  Quando eu pus as nuvens por sua vestidura, e a escuridão por faixa?
10  Quando eu lhe tracei limites, e lhe pus portas e ferrolhos,
11  E disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se parará o orgulho das tuas ondas?
12  Ou desde os teus dias deste ordem à madrugada, ou mostraste à alva o seu lugar;
13  Para que pegasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem sacudidos dela;
14  E se transformasse como o barro sob o selo, e se pusessem como vestidos;
15  E dos ímpios se desvie a sua luz, e o braço altivo se quebrante;
16  Ou entraste tu até às origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo?
17  Ou descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte?
18  Ou com o teu entendimento chegaste às larguras da terra? Faze-mo saber, se sabes tudo isto.
19  Onde está o caminho onde mora a luz? E, quanto às trevas, onde está o seu lugar;20  Para que as tragas aos seus limites, e para que saibas as veredas da sua casa?
21  De certo tu o sabes, porque já então eras nascido, e por ser grande o número dos teus dias!
22  Ou entraste tu até aos tesouros da neve, e viste os tesouros da saraiva,
23  Que eu retenho até ao tempo da angústia, até ao dia da peleja e da guerra?
24  Onde está o caminho em que se reparte a luz, e se espalha o vento oriental sobre a terra?
25  Quem abriu para a inundação um leito, e um caminho para os relâmpagos dos trovões,
26  Para chover sobre a terra, onde não há ninguém, e no deserto, em que não há homem;
27  Para fartar a terra deserta e assolada, e para fazer crescer os renovos da erva?
28  A chuva porventura tem pai? Ou quem gerou as gotas do orvalho?
29  De que ventre procedeu o gelo? E quem gerou a geada do céu?
30  Como debaixo de pedra as águas se endurecem, e a superfície do abismo se congela.31  Ou poderás tu ajuntar as delícias do Sete-estrelo ou soltar os cordéis do Órion?
32  Ou produzir as constelações a seu tempo, e guiar a Ursa com seus filhos?
33  Sabes tu as ordenanças dos céus, ou podes estabelecer o domínio deles sobre a terra?
34  Ou podes levantar a tua voz até às nuvens, para que a abundância das águas te cubra?
35  Ou mandarás aos raios para que saiam, e te digam: Eis-nos aqui?
36  Quem pôs a sabedoria no íntimo, ou quem deu à mente o entendimento?
37  Quem numerará as nuvens com sabedoria? Ou os odres dos céus, quem os esvaziará,
38  Quando se funde o pó numa massa, e se apegam os torrões uns aos outros?
39  Porventura caçarás tu presa para a leoa, ou saciarás a fome dos filhos dos leões,
40  Quando se agacham nos covis, e estão à espreita nas covas?
41  Quem prepara aos corvos o seu alimento, quando os seus filhotes gritam a Deus e andam vagueando, por não terem o que comer?

JÓ 28 O homem tem ciência das coisas da terra, mas a sabedoria é dom de Deus

1  NA verdade, há veios de onde se extrai a prata, e lugar onde se refina o ouro.
2  O ferro tira-se da terra, e da pedra se funde o cobre.
3  Ele põe fim às trevas, e toda a extremidade ele esquadrinha, a pedra da escuridão e a da sombra da morte.
4  Abre um poço de mina longe dos homens, em lugares esquecidos do pé; ficando pendentes longe dos homens, oscilam de um lado para outro.
5  Da terra procede o pão, mas por baixo é revolvida como por fogo.
6  As suas pedras são o lugar da safira, e tem pó de ouro.
7  Essa vereda a ave de rapina a ignora, e não a viram os olhos da gralha.
8  Nunca a pisaram filhos de animais altivos, nem o feroz leão passou por ela.
9  Ele estende a sua mão contra o rochedo, e revolve os montes desde as suas raízes.
10  Dos rochedos faz sair rios, e o seu olho vê tudo o que há de precioso.
11  Os rios tapa, e nem uma gota sai deles, e tira à luz o que estava escondido.12  Porém onde se achará a sabedoria, e onde está o lugar da inteligência?
13  O homem não conhece o seu valor, e nem ela se acha na terra dos viventes.
14  O abismo diz: Não está em mim; e o mar diz: Ela não está comigo.
15  Não se dará por ela ouro fino, nem se pesará prata em troca dela.
16  Nem se pode comprar por ouro fino de Ofir, nem pelo precioso ônix, nem pela safira.
17  Com ela não se pode comparar o ouro nem o cristal; nem se trocará por jóia de ouro fino.
18  Não se fará menção de coral nem de pérolas; porque o valor da sabedoria é melhor que o dos rubis.
19  Não se lhe igualará o topázio da Etiópia, nem se pode avaliar por ouro puro.
20  Donde, pois, vem a sabedoria, e onde está o lugar da inteligência?
21  Pois está encoberta aos olhos de todo o vivente, e oculta às aves do céu.
22  A perdição e a morte dizem: Ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama.23  Deus entende o seu caminho, e ele sabe o seu lugar.
24  Porque ele vê as extremidades da terra; e vê tudo o que há debaixo dos céus.
25  Quando deu peso ao vento, e tomou a medida das águas;
26  Quando prescreveu leis para a chuva e caminho para o relâmpago dos trovões;
27  Então a viu e relatou; estabeleceu-a, e também a esquadrinhou.
28  E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência.

JÓ 13 Jó confia em Deus e deseja conhecer os seus pecados

14  Por que razão tomarei eu a minha carne com os meus dentes, e porei a minha vida na minha mão?
15  Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo os meus caminhos defenderei diante dele.
16  Também ele será a minha salvação; porém o hipócrita não virá perante ele.
17  Ouvi com atenção as minhas palavras, e com os vossos ouvidos a minha declaração.
18  Eis que já tenho ordenado a minha causa, e sei que serei achado justo.
19  Quem é o que contenderá comigo? Se eu agora me calasse, renderia o espírito.
20  Duas coisas somente não faças para comigo; então não me esconderei do teu rosto:
21  Desvia a tua mão para longe, de mim, e não me espante o teu terror.22  Chama, pois, e eu responderei; ou eu falarei, e tu me responderás.
23  Quantas culpas e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado.
24  Por que escondes o teu rosto, e me tens por teu inimigo?
25  Porventura acossarás uma folha arrebatada pelo vento? E perseguirás o restolho seco?
26  Por que escreves contra mim coisas amargas e me fazes herdar as culpas da minha mocidade?
27  Também pões os meus pés no tronco, e observas todos os meus caminhos, e marcas os sinais dos meus pés.
28  E ele me consome como a podridão, e como a roupa, à qual rói a traça.

JÓ 9 Jó confessa a justiça de Deus e pede alívio para a sua miséria

1  ENTÃO Jó respondeu, dizendo:
2  Na verdade sei que assim é; porque, como se justificaria o homem para com Deus?3  Se quiser contender com ele, nem a uma de mil coisas lhe poderá responder.
4  Ele é sábio de coração, e forte em poder; quem se endureceu contra ele, e teve paz?
5  Ele é o que remove os montes, sem que o saibam, e o que os transtorna no seu furor.
6  O que sacode a terra do seu lugar, e as suas colunas estremecem.
7  O que fala ao sol, e ele não nasce, e sela as estrelas.
8  O que sozinho estende os céus, e anda sobre os altos do mar.
9  O que fez a Ursa, o Órion, e o Sete-estrelo, e as recâmaras do sul.
10  O que faz coisas grandes e inescrutáveis; e maravilhas sem número.
11  Eis que ele passa por diante de mim, e não o vejo; e torna a passar perante mim, e não o sinto.
12  Eis que arrebata a presa; quem lha fará restituir? Quem lhe dirá: Que é o que fazes?
13  Deus não revogará a sua ira; debaixo dele se encurvam os auxiliadores soberbos.14  Quanto menos lhe responderia eu, ou escolheria diante dele as minhas palavras!
15  Porque, ainda que eu fosse justo, não lhe responderia; antes ao meu Juiz pediria misericórdia.
16  Ainda que chamasse, e ele me respondesse, nem por isso creria que desse ouvidos à minha voz.
17  Porque me quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas sem causa.
18  Não me permite respirar, antes me farta de amarguras.
19  Quanto às forças, eis que ele é o forte; e, quanto ao juízo, quem me citará com ele?
20  Se eu me justificar, a minha boca me condenará; se for perfeito, então ela me declarará perverso.
21  Se for perfeito, não estimo a minha alma; desprezo a minha vida.
22  A coisa é esta; por isso eu digo que ele consome ao perfeito e ao ímpio.
23  Quando o açoite mata de repente, então ele zomba da prova dos inocentes.
24  A terra é entregue nas mãos do ímpio; ele cobre o rosto dos juízes; se não é ele, quem é, logo?25  E os meus dias são mais velozes do que um correio; fugiram, e não viram o bem.
26  Passam como navios veleiros; como águia que se lança à comida.
27  Se eu disser: Eu me esquecerei da minha queixa, e mudarei o meu aspecto e tomarei alento,
28  Receio todas as minhas dores, porque bem sei que não me terás por inocente.
29  E, sendo eu ímpio, por que trabalharei em vão?
30  Ainda que me lave com água de neve, e purifique as minhas mãos com sabão,
31  Ainda me submergirás no fosso, e as minhas próprias vestes me abominarão.
32  Porque ele não é homem, como eu, a quem eu responda, vindo juntamente a juízo.
33  Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos.
34  Tire ele a sua vara de cima de mim, e não me amedronte o seu terror.
35  Então falarei, e não o temerei; porque não sou assim em mim mesmo.

JÓ 2 A adversidade e cruel aflição de Jó

1  E, VINDO outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles, apresentar-se perante o SENHOR.
2  Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela.
3  E disse o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa.
4  Então Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.
5  Porém estende a tua mão, e toca-lhe nos ossos, e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face!
6  E disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está na tua mão; porém guarda a sua vida.
7  Então saiu Satanás da presença do SENHOR, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça.
8  E Jó tomou um caco para se raspar com ele; e estava assentado no meio da cinza.9  Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.
10  Porém ele lhe disse: Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.
11  Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que tinha vindo sobre ele, vieram cada um do seu lugar: Elifaz o temanita, e Bildade o suíta, e Zofar o naamatita; e combinaram condoer-se dele, para o consolarem.
12  E, levantando de longe os seus olhos, não o conheceram; e levantaram a sua voz e choraram, e rasgaram cada um o seu manto, e sobre as suas cabeças lançaram pó ao ar.
13  E assentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dor era muito grande.

JÓ 1 A virtude, tentação e perdas de Jó

1  HAVIA um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.
2  E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
3  E o seu gado era de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; eram também muitíssimos os servos a seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do oriente.
4  E iam seus filhos à casa uns dos outros e faziam banquetes cada um por sua vez; e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles.
5  Sucedia, pois, que, decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Talvez pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente.
6  E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles.
7  Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela.
8  E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal.9  Então respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: Porventura teme Jó a Deus debalde?
10  Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra.
11  Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face.
12  E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR.
13  E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam, e bebiam vinho, na casa de seu irmão primogênito,
14  Que veio um mensageiro a Jó, e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pastavam junto a eles;
15  E deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova.
16  Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu, e só eu escapei para trazer-te a nova.
17  Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Ordenando os caldeus três tropas, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova.
18  Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,
19  Eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, que caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova.20  Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou.
21  E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR.
22  Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

ESTER 1 Assuero casa com Ester

1  PASSADAS estas coisas, e apaziguado já o furor do rei Assuero, lembrou-se de Vasti, e do que fizera, e do que se tinha decretado a seu respeito.
2  Então disseram os servos do rei, que lhe serviam: Busquem-se para o rei moças virgens e formosas.
3  E ponha o rei oficiais em todas as províncias do seu reino, que ajuntem a todas as moças virgens e formosas, na fortaleza de Susã, na casa das mulheres, aos cuidados de Hegai, camareiro do rei, guarda das mulheres, e dêem-se-lhes os seus enfeites.
4  E a moça que parecer bem aos olhos do rei, reine em lugar de Vasti. E isto pareceu bem aos olhos do rei, e ele assim fez.
5  Havia então um homem judeu na fortaleza de Susã, cujo nome era Mardoqueu, filho de Jair, filho de Simei, filho de Quis, homem benjamita,
6  Que fora transportado de Jerusalém, com os cativos que foram levados com Jeconias, rei de Judá, o qual transportara Nabucodonosor, rei de Babilônia.
7  Este criara a Hadassa (que é Ester, filha de seu tio), porque não tinha pai nem mãe; e era jovem bela de presença e formosa; e, morrendo seu pai e sua mãe, Mardoqueu a tomara por sua filha.
8  Sucedeu que, divulgando-se o mandado do rei e a sua lei, e ajuntando-se muitas moças na fortaleza de Susã, aos cuidados de Hegai, também levaram Ester à casa do rei, sob a custódia de Hegai, guarda das mulheres.
9  E a moça pareceu formosa aos seus olhos, e alcançou graça perante ele; por isso se apressou a dar-lhe os seus enfeites, e os seus quinhões, como também em lhe dar sete moças de respeito da casa do rei; e a fez passar com as suas moças ao melhor lugar da casa das mulheres.
10  Ester, porém, não declarou o seu povo e a sua parentela, porque Mardoqueu lhe tinha ordenado que o não declarasse.11  E passeava Mardoqueu cada dia diante do pátio da casa das mulheres, para se informar de como Ester passava, e do que lhe sucederia.
12  E, chegando a vez de cada moça, para vir ao rei Assuero, depois que fora feito a ela segundo a lei das mulheres, por doze meses (porque assim se cumpriam os dias das suas purificações, seis meses com óleo de mirra, e seis meses com especiarias, e com as coisas para a purificação das mulheres),
13  Desta maneira, pois, vinha a moça ao rei; dava-se-lhe tudo quanto ela desejava, para levar consigo da casa das mulheres à casa do rei;
14  À tarde entrava, e pela manhã tornava à segunda casa das mulheres, sob os cuidados de Saasgaz, camareiro do rei, guarda das concubinas; não tornava mais ao rei, salvo se o rei a desejasse, e fosse chamada pelo nome.
15  Chegando, pois, a vez de Ester, filha de Abiail, tio de Mardoqueu (que a tomara por sua filha), para ir ao rei, coisa nenhuma pediu, senão o que disse Hegai, camareiro do rei, guarda das mulheres; e alcançava Ester graça aos olhos de todos quantos a viam.
16  Assim foi levada Ester ao rei Assuero, à sua casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado.
17  E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça, e a fez rainha em lugar de Vasti.
18  Então o rei deu um grande banquete a todos os seus príncipes e aos seus servos; era o banquete de Ester; e deu alívio às províncias, e fez presentes segundo a generosidade do rei.
19  E reunindo-se segunda vez as virgens, Mardoqueu estava assentado à porta do rei.
20  Ester, porém, não declarava a sua parentela e o seu povo, como Mardoqueu lhe ordenara; porque Ester cumpria o mandado de Mardoqueu, como quando a criara.